O sector privado português terá ainda muito que
penar no que respeita ao acesso ao crédito, avisa a agência de rating
Standard & Poor's. É um indicador de que vêm aí mais recessão
económica.
No novo relatório sobre a recessão da zona euro,
que deverá continuar em 2013, a empresa que avalia a qualidade da dívida
soberana desvaloriza a nova capacidade do Banco Central Europeu (BCE)
em comprar dívida dos países e, desse modo, facilitar os fluxos de
crédito dos bancos para as empresas e famílias.
E diz mais: a quebra brutal nos empréstimos verificada em países como Portugal, Espanha e França deverá continuar.
"O
ajustamento de balanços, desta vez por parte do sector financeiro,
conduziu a uma contração particularmente acentuada nos empréstimos em
Espanha e Portugal - e, mais recentemente, a um abrandamento
significativo em Itália e França".
A S&P avisa que "a taxa de
crescimento dos empréstimos ao sector privado é um indicador avançado
confiável do crescimento do produto". "O abrandamento recente em França
deverá levar-nos a esperar um crescimento nulo ou negativo nos próximos
seis a nove meses", exemplifica.
À luz desta análise, a S&P
analisou um grupo de cinco países e concluiu que Portugal é, de todos, a
economia com maior asfixia de crédito, estando a cair cerca de 6% no
final de Julho. Espanha segue de perto com uma quebra de 5%; em França
começou agora o problema. Todos estes países já estão em recessão ou
deverão cair numa situação deste tipo.
A agência refere que o
recente avanço do BCE em novos instrumentos de compra ilimitada de
dívida "deverão aliviar parte das preocupações" com o mercado de crédito
e com a unidade da zona euro, mas que isso não chega.
Fonte: Dinheiro vivo
Nenhum comentário:
Postar um comentário