quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Prestação da casa vai baixar 9% a partir do próximo mês


Os encargos com a habitação têm dado um dos poucos alívios às famílias portuguesas. 

Quem contratou com o banco um crédito indexado à Euribor a seis meses vai ter um alívio de 9% no encargo mensal. 
Em plena crise económica, algumas famílias portuguesas ainda têm uma rara razão para sorrir. Quem tiver crédito à habitação vai sentir no próximo mês um alívio no seu orçamento já que as prestações da casa vão descer novamente. Com base em simulações efectuadas pelo Diário Económico, e apesar de ainda faltarem dois dias para o fecho do mês da Euribor, é possível aferir que a poupança mensal pode chegar aos 68 euros (ou 16%), no caso de quem tem o crédito indexado à Euribor a 12 meses, no cenário analisado. Para estes créditos será mesmo o maior alívio de prestação dos últimos três anos, devendo esta ficar em torno dos 357 euros. Mas as famílias com crédito associado a indexantes com prazos mais curtos - que representam, aliás, o grosso dos empréstimos à habitação existentes em Portugal - também vão sentir um alívio substancial nos encargos mensais com a sua habitação.
Para o exemplo de um financiamento de 100.000 euros a 30 anos, com um ‘spread' de 1%, a redução da prestação chegará aos 33 euros (-8,7%) para os empréstimos indexados à Euribor a seis meses e aos 20 euros (-5,7%) . Nas duas situações as prestações vão baixar para os 345 euros e 333 euros, respectivamente.
O que esperar daqui em diante
As prestações das casas estão assim no patamar mais baixo de sempre face aos consecutivos mínimos recorde que as taxas Euribor têm estabelecido. Desde Dezembro de 2011 que essa tendência de queda se tem intensificado, acompanhando a evolução da taxa de juro directora da zona euro, que está no mínimo histórico de 0,75%. Contudo, apesar de um grande número de analistas acreditar que essa taxa ainda possa cair abaixo desse patamar- uma expectativa que ganhou mais força depois de o presidente do Banco Central Europeu ter dado sinal de que usaria todas as medidas ao seu dispor para combater a crise da dívida europeia- têm surgido algumas vozes a contradizer essa possibilidade. Ainda no passado domingo Benoit Coeuré, um membro do Conselho Executivo do BCE, afirmou que os dados económicos mais recentes e a inflação não justificam uma nova redução da taxa de juro de referência da zona euro. De qualquer forma, a evolução dos futuros sobre as taxas Euribor também não faz vislumbrar a possibilidade de grandes descidas no valor das prestações. Com base no comportamento dos contratos de Forward Rate Agreement (FRA), tudo indica que a prestação da casa possa continuar a descer até ao final deste ano, fechando 2012 nos 0,2%. A partir dessa altura, o cenário aponta para uma inversão de tendência. Contudo, a esperada subida em 2013 deverá ser muito gradual e ligeira. Só a partir de Setembro do próximo ano é esperado que os actuais valores sejam suplantados, com os contratos de FRA a colocarem a Euribor a três meses nos 0,285% nessa altura, um pouco acima dos actuais 0,249%
Fonte: J. Económico

Nenhum comentário:

Postar um comentário