Custos do trabalho voltaram a cair acentuadamente no primeiro trimestre
do ano, anulando a subida registada na recta final de 2012. Queda
deveu-se em parte à descida das remunerações e à forte subida da
produtividade.
Portugal foi o país do chamado mundo desenvolvido onde a
produtividade do trabalho mais cresceu no primeiro trimestre deste ano.
Segundo os dados preliminares divulgados nesta quinta-feira, 20 de
Junho, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
(OCDE), a produtividade no trabalho no conjunto da economia portuguesa
subiu 1,9% face ao trimestre anterior, em que havia crescido 0,2%. Nos
dois trimestres imediatamente precedentes, o indicador havia sofrido
variações negativas, de -0,2% e -0,7%.
Trata-se da maior subida entre os países membros da organização para
os quais foram divulgados dados actualizados (não os há para a Grécia ou
Irlanda; por exemplo), que compara com uma subida de 0,8% na vizinha
Espanha, 0,3% na média da Zona Euro e de 0,4% na média da OCDE.
Esta subida da produtividade foi acompanhada de uma nova descida das
remunerações, de -0,6% no primeiro trimestre, que compara com variações
de +2,5% e -0,7% nos trimestres precedentes. Os dois factores
combinados resultaram numa forte contracção dos custos unitários de
trabalho, que sofreram a maior queda no conjunto da OCDE: - 2,4%. Esta
descida anulou a variação de +2,3% observada no último trimestre de
2012, que tinha sido precedida de variações de -0,5% e de +1,7% nos
períodos anteriores.
A compressão dos custos unitários do trabalho tem sido encarada,
designadamente pela troika, como um desenvolvimento indispensável para
que Portugal (e a generalidade dos países da periferia do euro) possa
recuperar competitividade, ao mesmo tempo que se defende que a dinâmica
inversa deva acontecer nos países do centro da união monetária.
Avaliando os dados agora divulgados, a OCDE conclui, porém, que
“dentro da área do euro, o processo de reequilíbrio que era perceptível
nalguns países desde 2009, está a mostrar sinais de desaceleração” no
arranque de 2013. Não obstante em Portugal os custos unitários do
trabalho terem caído acentuadamente, em Espanha estes subiram (2,2%)
pela primeira vez em três anos, ao passo que em Itália (1%) e França
(0,5%) mantiveram a mesma taxa de progressão de trimestres anteriores.
Já na Alemanha, o crescimento dos custos desacelerou para 0,4%, após
1,6% no trimestre anterior.
Fonte: Jornal de Negócios
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