A era digital é um mundo de oportunidades para as empresas e para os jovens.
O século XXI é o século do digital. E os jovens portugueses têm de apanhar este comboio para o futuro. "Há seis mil vagas em aberto em Portugal na área digital" disse ontem João Patrão, director de sistemas de informação e telecomunicações da SUMA (empresa de gestão de resíduos sólidos do grupo Mota-Engil), nos Encontros PT Empresas/Diário Económico. Na Alemanha há 70 mil e na Europa estima-se que possam existir 700 mil.
Por outro lado, esta nova era defronta-se com a resiliência de muitos trabalhadores à mudança e à externalização de serviços, devido ao receio da extinção do posto de trabalho.
"É um risco que existe", admitiu Rui Assis, responsável da área de consultoria de transformação de negócio da PT. "Pode haver alguma resistência na adopção de soluções tecnológicas, que esses serviços sejam externalizados e coloquem em risco os empregos". Mas "esta onda não vai parar" e há que "envolver os responsáveis máximos das empresas no processo, reconverter os colaboradores para novas funções, apostar no desenvolvimento de novas competências", sugeriu.
A experiência de Francisco Silva, director financeiro da Jefar - uma das maiores empresas portuguesas de calçado -, na introdução de novas ferramentas tecnológicas na empresa é que o "grande bloqueio tem sido o departamento informático". Já João Patrão diz que mantém desde há anos a mesma equipa de informática, apesar dos múltiplos investimentos tecnológicos da empresa. "Eu sou na SUMA a Cloud privada da PT", diz João Patrão.
Fernando Azevedo, um dos participantes da conferência, fez questão em sublinhar que "a dificuldade de externalizar serviços deve-se à cultura da gestão e não os departamentos informáticos". Como recordou, os gestores portugueses têm ainda muito a mentalidade do ‘segredo é a alma do negócio'.
João Patrão exemplificou ainda que a utilização do Cloud permite poupanças de mais de 50% quando comparados com o investimento necessário para uma empresa ter servidores, a que se soma os outros custos como de espaço ou de energia. O responsável deu o exemplo de uma empresa de carácter comercial que tem tudo no Cloud: sistema de encomendas, de facturação, de email. "É um factor de mobilidade, trabalhamos mais horas, mas gerimos melhor o tempo", diz. Para João Patrão, "tudo gira à volta do emprego digital, a realidade vai obrigar-nos a isso".
Abel Aguiar, director de pré-venda Cloud da PT, admite que é necessário aguardar por uma "maturidade evolutiva das empresas", até porque "não me parece que o mundo vai ser 100% Cloud dentro de cinco anos". A PT só tem um cliente que é 100% Cloud, pois as empresas têm o seu legado. O objectivo da PT é fazer "conviver o legado com as novas tecnologias".
Fonte: Económico
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